A audiência é cândida. Crente.
Mídias de massa pressupõem públicos dispostos a acreditar, sem partis-pris e até bom senso.
O mecanismo da comunicação publicitária nas mídias de massa não privilegia a mensagem mas a forma, nem o impacto mas a repetição.
O efeito da forma – entorpecente, e da repetição – pavloviana, é a desejada adesão, inconsciente, portanto instintiva, a uma marca.
Mas porque somos cartesianos por formação, não sabemos medir os coeficientes inconscientes de convencimento. É por isso que tantas pesquisas medem o supérfluo. Não existe correlações matemáticas no cérebro límbico.
A gente quer achar causa e efeito entre stopping power e absorção de mensagem, entre absorção de mensagem e intenção de compra. A nossa lógica é cristalina: quanto maior o impacto, maior a concentração na mensagem, e quanto mais assertiva a mensagem, clara, simples, verdadeira, maior o convencimento. O consumidor só desperta se tiver impacto. Se despertou, ouve. Se ouviu, convenceu-se. Isso é desconhecer, ou esquecer ou desencanar da nossa própria natureza, humana.
Despertar um consumidor significa pedir para ele ligar o tico com o teco, colocar seu “cogito ergo sum” para funcionar. Ele acorda, ouve a mensagem e imediatamente coloca-se em posição de guarda e crítica. O risco é grande dele achar a mensagem boba ou mentirosa, por puro espírito de porco que é como funciona nossa cachola.
Por que será que queremos acordar os consumidores se eles estão afim de madornar?
por Fernand Alphen's - http://www.alphen.com.br/
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