22 de janeiro de 2008

Estou satisfeito? - por Alceu Cruz

As pessoas estão interpretando o mundo sob sua própria ótica. Durante o dia recebemos, milhares de estímulos que nos levam a conceituar, classificar, julgar, avaliar, validar ou não uma situação de acordo com aquilo que acreditamos ser verdade, ou seja, vemos o mundo segundo nossa percepção do que é verdade, do que é certo. Vemos o mundo segundo nossa própria “lente”. Tendemos a condenar, repelir, repudiar tudo aquilo que acreditamos ser uma ameaça a nós, a nossa empresa, a nossa vida em comunidade ou ainda nossa vida profissional.
Acredito que o ser humano tem uma tendência forte a autopreservação, uma tendência a estar defendendo com unhas e dentes aquilo que lhe é de interesse, seja sua família, seus amigos, seu emprego, seus produtos, sua empresa. Até este ponto parece ser relativamente fácil concordar com minhas afirmações acima. No entanto, surge um questionamento: se temos todo este ímpeto para defender nossos interesses, qual o motivo de passarmos as vezes 6, 8, 10 horas trabalhando, longe das nossas famílias, ou ainda, realizando tarefas, convivendo com pessoas ou enfrentando situações que muitas vezes não gostamos ou nos deixam desmotivados, insatisfeitos, nos forçando a realizar nosso trabalho apenas por pura e simples obrigação? Será que compensa passar a vida reclamando, criticando outras pessoas (colegas, clientes, chefes)? Até que ponto cuidamos da nossa própria satisfação? Quanto tempo dedicamos a nossa realização pessoal e profissional? Quantos de nós para cinco minutos por semana para pensar no rumo a ser seguido na vida? Alguns podem achar que isto é utópico, pura fantasia, irrealista. Porém observem as pessoas de sucesso, cada uma delas trilhou um caminho diferente, mas todas têm em comum ao menos um ponto: um forte desejo ou aspiração ou ainda traçaram um rumo para a própria vida. Isto é, são apaixonadas pelo que fazem e buscam sempre serem melhores.
Porque seguir as pegadas deixadas por outras pessoas? Porque seguir o caminho que foi imposto pelas condições da vida? Porque aceitar isto? Quantas pessoas sonharam ser Técnicos de não sei o que. Assistente de sabe se lá o que. Quantos fizeram cursos superiores em áreas que não tinham afinidade, e justificam com a seguinte frase: “não era bem o que eu queria, mas um dia ainda faço aquele que quero”. Até onde me consta não existe uma lei ou regra que diga que devemos viver fazendo coisas das quais não teremos orgulho mais tarde? É possível sim fazer o próprio caminho. Se ele não existe, o que o impede de criá-lo?
Ah sim ... A vida não é bem assim não é? Somente posso argumentar que é lamentável, tem uma frase de Leon Tolstoi, que diz o seguinte: "Há quem passe pelo bosque e só veja lenha para a fogueira.” E para complementar uma frase de Constantin Bracusi que diz que "As coisas não são difíceis de fazer, o difícil é nos dispormos a fazê-las."
Esqueça esta postura, para quem quer desculpas não vão faltar. Portanto, se você vê a vida com a lente dos derrotados, desanimados, daqueles que acham tudo tão difícil ... Comece a se preocupar, afinal vivemos do passado, ou seja, o que vivemos hoje em geral é conseqüência do que fizemos anteriormente. Você conhece alguém que conseguiu sucesso (e não estou falando necessariamente de dinheiro) reclamando, achando tudo difícil, criticando os outros? Pois bem, ser ou levar uma vida medíocre é uma questão de opção. No entanto, só pode se lamentar aquele que tentou de verdade, até o fim, aquele que deu o seu melhor. Não tenha a ilusão de ser perfeito, nunca atingiremos este status, no entanto, isto não deve lhe impedir de buscar ser perfeito. Você quer o que da sua vida? Como pretende ser lembrando?
Uma coisa é certa: você pode passar a vida chorando, ou pode passar a vida vendendo lenços.
A escolha é sua e de mais ninguém.

18 de janeiro de 2008

Alguns Mítos - por Alceu Cruz

Marketing é um termo americano definitivamente incorporado ao vocabulário do empresário global. Esta é, para alguns, uma característica positiva. Como, de forma geral, as empresas só se preocupam em praticar o marketing quando se vêem ameaçadas pela concorrência, o consumidor sempre acaba se beneficiando.
Minha maior preocupação volta-se para o fato de muitos empresários e executivos ainda darem ao MKT um sentido incorreto. Em geral, admite-se que o MKT foi introduzido na literatura administrativa com o lançamento do livro "A Prática da Administração", de Peter Drucker, em 1954. As funções básicas que delimitam seu escopo de atuação - sinteticamente conhecidas como os 4 P's: produto, preço, ponto de venda e promoção - sempre existiram. Mas foi Jerome McCarthy, ainda na década de 50, quem nos alertou para a importância de sua gestão integrada. McCarthy afirmava que somente assim se poderia alterar ou influenciar o comportamento das pessoas e dos mercados.
Basta olhar ao redor para verificar que as empresas estão constantemente se superando na arte de conquistar e manter clientes. Mas, para garantir a eficácia das ações, temos que desfazer pelo menos quatro dos inúmeros mitos criados ao redor do MKT :
* O objetivo do MKT é satisfazer as necessidades e desejos dos clientes.
Há aqui uma distorção entre o que é fim e o que é meio. O objetivo do MKT não é satisfazer as necessidades e desejos dos clientes; essa é sua estratégia. MKT visa contribuir para que as organizações atinjam objetivos relativos a produtos e mercados. Boas idéias podem fracassar porque a empresa voltou-se exclusivamente para o consumidor e esqueceu-se de seus próprios interesses.
* O cliente tem sempre razão.
Essa é uma armadilha perigosa que atrai até mesmo experientes profissionais. Não há dúvidas que, quando o cliente tiver razão, seus direitos terão que ser respeitados. Mas é preciso ter em mente que não adianta ter clientes satisfeitos e uma empresa falida. Basicamente poderíamos estabelecer três limites para as obrigações da empresa: a ética, a lei e a preservação dos interesses de seus acionistas.
* As empresas devem ser orientadas pelo mercado.
Este é um mito criado pela sintaxe. A organização não deve ser orientada pelo e sim para o mercado. É óbvio que a orientação para o cliente facilita a realização de negócios. Mas existem potencialidades e limitações ditadas, entre outros fatores, pela própria conjuntura econômica. Não custa lembrar que a forma como a empresa administra seus produtos, fixa preços, abastece e se comunica com o mercado não pode levar apenas os interesses do cliente em consideração.
As empresas devem ser, sempre, orientadas para o mercado. Disse anteriormente que as empresas devem ser orientadas para o mercado, mas devem proceder dessa maneira sempre ? A resposta é não. O caso mais genérico desta situação é o mercado monopolista ou oligopolista. Em mercados dessa natureza, a não ser que haja alguma restrição de ordem legal, as empresas não precisam ser necessariamente orientadas para o mercado.
Não pretendo esgotar este assunto em uma primeira abordagem. Meu maior compromisso é continuar discutindo ética e estética do MKT , visando contribuir para que os leitores deste BLOG tirem suas conclusões sobre as vantagens e desvantagens de utilizá-lo como orientação estratégica básica para seus negócios.
Bibliografia:
Roube Estas idéias! - de STEVE CONE
Princípios de Marketing - de PHILIP KOTLER e GARY ARMSTRONG
O Grande Livro de Marketing - de FRANCISCO A. MADIA DE SOUZA